sexta-feira, 1 de julho de 2011

Fazendo as duas coisas

Inder Sidhu, vice-presidente mundial de estratégia e planejamento da Cisco, conta aos palestrantes sobre o efeito multiplicador de construir ambientes inovadores utilizando ao mesmo tempo modelos de inovação sustentável e de ruptura.

Excelência operacional que provoca a consciência no cliente de que seu produto é inovador só é possível se as pessoas que estão atrás da máquina chamada organização estiverem realmente interessadas em prover soluções eficazes e diferenciadas. É assim que Inder Sidhu, vice-presidente da Cisco, empresa líder mundial em redes de internet, define o conceito de inovação.

Mas como conceito e prática variam, o palestrante trouxe aos participantes do Fórum HSM de Inovação e Crescimento dois modelos de inovação, a sustentada e a perturbadora, alertando para o fato de que é possível executar ambas em um mesmo projeto.

A inovação sustentada é aquela que sempre se mostra mais barata e viável em um primeiro plano, sendo muito utilizada para upgrade de produtos, sistemas ou serviços. Já inovação perturbadora é aquela que dita novas regras e redireciona mercados, muitas vezes enfraquecendo empresas que até então estavam estabilizadas.

“Gosto de diferenciar a inovação tomando como exemplo o lançamento do Blue-Ray, uma nova tecnologia baseada a partir da mídia de CD e DVD convencional. Na outra ponta, cito a TiVo, um gravador de vídeo digital que permite os usuários gravarem programas da TV e da internet detectando e excluindo a publicidade que acompanha os programas”, exemplifica Sidhu. “Vocês já imaginaram a turbulência que essa inovação pode causar na mídia televisiva, que até então é sustentada por seus anunciantes?”, indaga o palestrante.

O que requer cada modelo

Geralmente, empresas estabelecidas no mercado praticam muito bem a inovação sustentada por terem a excelência operacional e por serem impulsionados a melhorar e não inovar. “os investidores, os clientes e os fornecedores sempre vão dizer para você melhorar sem inventar. No entanto, é preciso avaliar que o ‘novo’ conspira contra a organização e amanhã se você não o fizer, certamente o seu concorrente o fará”, alerta Sidhu.

E uma empresa pequena, como trabalha a inovação? Em muitos casos, elas são excelentes em executar uma inovação perturbadora porque querem ser vistas no mercado, mas por terem expertise na provocação de mudanças, muitas vezes pecam no processo operacional do negócio. Em muitos casos, as deficiências são evidentes pela falta de experiência em gestão, fluxo de caixa reduzido ou até mesmo limitações na abrangência de seu público-alvo.

Para o especialista, a empresa que faz a diferença no mercado atual ainda assim é a que consegue alcançar mudanças sustentadas e perturbadoras ao mesmo tempo, como é o caso da Apple que, todo ano lança novas versões para Ipad, Ipods e Iphones. Com eles, lança também produtos inovadores como as lojas virtuais Itunes e ApStore que provém aos seus clientes novos aplicativos e serviços voltados à atualização do produto, de modo a deixar sua marca sempre viva na mente dos consumidores. “Quando uma empresa consegue aliar estes dois modelos, misturando hardware e software como no caso da Apple, o valor de mercado aumenta e provoca uma ruptura absurda no segmento de atuação e ela passa a ditar novas tendências e oportunidades”, pontua Sidhu.

Portal HSM
01/07/2011

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